Lógica é uma maravilha. Estudá-la nos dá ferramentas para observar que o nosso mundo é cheio de redundâncias que, por vezes, são até irritantes. É disto que trata a tautologia: é uma afirmação que é feita desnecessariamente pois a própria idéia é auto-explicativa. Subir pra cima, sair para fora, descer para baixo...são exemplos bons de pleonasmos ou tautologias. Dizer que a História é feita de fatos é uma tautologia absurda! Qualquer criança, mesmo que não tenha sido apresentada formalmente à História, quando conta uma ela ressalta os fatos. Isto é óbvio. Porque não nos apoiamos no óbvio e vamos além? Porque se satisfazer com aquilo que é dado, claro, e não seguir o além.
Isto acontece quando estudamos Revolução Francesa. Sempre digo que o termo Revolução, quando aplicada à História, é uma injustiça. O é porque a palavra nos dá idéia de algo instantâneo: dormir monarquia e acordar república; dormir capitalista e acordar socialista. Me parece um esquecimento bastante perigoso quando damos os devidos valores às construções de nossos antepassados. A palavra revolução - para aqueles que vêem o óbvio - esquece sua própria História. Cito a Revolução francesa porque ela é cantada com uma das poucas manifestações modernas cujo Terceiro Estado têm, de fato, o poder. A pergunta do mais atento é: Este poder emana do nada? Não nego o caráter massivo da Revolução. Só digo que é necessário perceber que o que acontece em 1789 é o resultado de, pelo menos, 400 anos de mudanças que têm como palco o Campo e as cidades francesas. Lembrem-se disso: Os Sans Cullotes têm forte ligação com os Jacqueries medievais...
Depois a gente conversa mais sobre as 'pequenas revoluções' no Campo.
Um comentário:
Grande Albino.
Muito bem colocada a sua observação sobre o termo revolução aplicado à história,meu querido.. Tem gente que estuda e observa a história ainda naquela óptica instantanea do fim e do inicio dos fatos. E não tão somente em casos como o da Revolução Francesa.
Vejamos, Albino, que tem gente que acredita que o Renascimento Cultural, Expansão Marítima e o Absolutismo são fatos isolados e de um período distinto, o que não é.
Muito boa sua análise e, agora, esperando a bomba-novidade sobre as Revoluções no Campo.
Quanto ao Bakunin,adoraria receber um material para dar uma olhada. Se for possível, fala sobre ele e a ideologia que carregou e defendeu aqui no blog. Seria uma boa.
Aquele abraço, meu querido!!!
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