"O século XX começa nas carroças e sai no foguete."

Salve povo!

Eric Hobsbawn é o pai dessa frase. Ele é um historiador famosíssimo da Inglaterra, marxista até o último fio de cabelo (e para seus quase 100 anos, muitos fios ainda). O século XX é muito atribulado mesmo. Ele já começa com o ranço do século passado: a luta neo-colonial chega a níveis insustentáveis. Podemos dizer que grande parte dos avanços que vimos na primeira metade do século tem como motor a Guerra: avião, carro, sistemas de comunicação confiáveis, combustíveis mais eficientes...as facilidades da guerra foram incorporadas pela vida civil. A gente tem dois grandes conflitos neste século. O próprio Hobsbawn afirma que estes conflitos podem ser compreendidos como um só, uma nova edição da Guerra dos 100 anos, com suas batalhas acontecendo por um motivo similar ou ligado ao original. A primeira grande Guerra teve suas bases na disputa neo-colonial; a segunda guerra inicia-se no campo ideológico graças às respostas encontradas pelas sociedades européias à devastação do primeiro grande conflito.
De fato, a 1a. Guerra foi uma ruptura com o conceito de Guerra Romântica que impregnava a cabeça do oficialato militar europeu e que ficou imortalizado em Klausewitz. A batalha deveria acontecer em campo neutro, somente entre militares e não interferiria nas vidas dos civis. Maior engano não poderia ter havido. As proporções do primeiro grande conflito ultrapassaram a marca dos milhões e, como nós brasileiros já sabemos, bala não escolhe alvo quando está em seu vôo. Civis foram envolvidos, cidades foram tragadas para as fileiras de combate, símbolos de placidez transformam-se em trincheiras. A primeira Guerra causa um impacto tão grande que a sociedade não tinha como se reorganizar senão recolhendo suas sobras...